Dizia minha mãe que antigamente era comum esses bailinhos e que dançar era a única maneira de ficarem juntinhos, afinal o rigor daquela época, não permitia sequer saírem sozinhos. Mas o engraçado é que eu não via meus pais dançando. Com o tempo, minha mãe se enchia de desculpas e meu pai como era bem estiloso, continuava nas suas firulas, uma vez ou outra com minha irmã. Mas a musicalidade permaneceu bem viva entre eles, e nos toca-disco lá de casa, sempre tocava boleros, tcha tcha tcha, chorinho, tango, samba e muita MPB.
Com isso, minha primeira paixão então foi aprender a tocar um instrumento musical. Escolhi o piano, mas como o instrumento era muito caro, me contentei com órgão eletrônico e até me formei com certa facilidade, pois as músicas me eram bem conhecidas. Acho que isso me ajuda muito até hoje, quando se trata de ritmo.
Bom, cresci e logo me afastei da música......... por diversos motivos que confesso, todos "idiotas"........ mas, quando ouvia músicas como bolero, chorinho, samba......... não tinha como ficar parada, os pés e as mãos começavam a se movimentar, mas sem saber realmente, como dançar.
Aos 33 anos, passava por uma fase bem chata e perdida em minha vida, querendo que algo mais acontecesse, daí pensei....... preciso aumentar e renovar meu círculo de amizades, afinal estava bem restrita ao itinerário casa-trabalho e vice-versa. Pensei em várias hipóteses, e uma delas foi voltar a estudar e fazer uma nova faculdade. Achei a mais ideal, afinal conheceria muita gente e frequentaria novos lugares, mas conversando com meu chefe, ele me falou algo que foi como uma luz e lhe sou grata até hoje..... resumindo a longa conversa, ele me disse: "você precisa fazer algo prazeiroso, não algo que vai lhe trazer mais deveres, obrigações, e ainda lhe sugar o pouco tempo que lhe resta, afinal, você tem um filho pequeno e estará comprometendo anos de seu relacionamento com ele, já que uma nova faculdade vai lhe exigir horas do dia e da noite." Pensei: ele tem razão.
Com essa idéia em mente, pedi para uma amiga para combinarmos e sairmos para fazer algo diferente. Ela frequentava o baile no Bortolosso e vivia me chamando, mas eu falava que aquilo era coisa pra gente velha, mas um dia de tanto ela insistir, eu propus uma troca: "iremos ao baile, mas depois você vai numa baladinha mais jovem comigo". E assim foi que eu conheci o Bortolosso e lá me encantei com as pessoas, com a dança de salão e onde tirei todo o preconceito que tinha em mim: que lá era coisa de gente velha. Lá não existe limites, nem de idade, nem de conhecimento........ apenas a paixão pela dança. Os senhores, com toda paciência, me ensinaram os primeiros passos, o que me incentivou a procurar uma escola e aprender de verdade.
Na dança você aprende que precisa deixar a timidez de lado....... e no auge do aprendizado, um dia, uma amiga me ensinou, que se nos bailes não lhe tiram pra dançar, você também pode tirar os homens, basta ter o cuidado e respeito sempre, que tudo dá certo e foi assim que eu conheci o Luiz. De longe, eu o avistei dançando com toda paciência com várias mulheres. Me parecia aqueles encontro de escolas de dança que costumava ter no Bortolosso. Criei coragem e num momento raro, onde ele não estava dançando, estava olhando as pessos dançarem, eu o parabenizei pela dança e perguntei se ele poderia dançar comigo. Muito educado, na mesma hora fomos dançar e com isso começamos uma bela amizade. Como eu lhe disse que estava aprendendo a dançar, sempre que podia, ele me ensinava algum passo novo. Sempre com muito respeito, afinal ele era casado e eu tinha namorado.
Um ano depois, meu namoro tinha acabado,e o casamento dele também........ e as coisas foram acontecendo, Hoje, estamos juntos e felizes, aguardando ansiosamente a chegada de nossos gêmeos, com uma galera incrível de novos amigos. Sou feliz e agradeço, por você fazer parte desta galera tão especial pra mim !!!!
beijos
Angela

Que legal Angela dança que foi um caminho para o amor.... Lindo agora vem os frutos... Gostei muito da sua história . Bj
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